10 expressões racistas que você deveria retirar do seu vocabulário
Você já deve ter ouvido falar a respeito da conotação racista contida em expressões como ''não sou tuas negas'' ou ''meia tigela''. Algumas frases e termos, embora aparentemente inofensivos, carregam consigo heranças discriminatórias que remontam a época da escravidão, e referem-se de forma pejorativa a população negra.
Se você não conhece o contexto racista por trás das expressões citadas anteriormente, clique aqui para ler mais.
Conheça agora mais 10 expressões racistas que você pode estar usando sem saber - as informações são do portal Geledés (Instituto da Mulher Negra):
Quando usamos a expressão ''cor de pele'' para nos referirmos àquele lápis de cor bege meio rosado, estamos esquecendo que este tom não representa a pele de todos os indivíduos, sobretudo em países como o Brasil, onde cerca de 53% da população declarou-se como parda ou negra, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra em Domicílios do IBGE de 2014.
A expressão ''cor de pele'' automaticamente descarta a existência de mais da metade da população de nosso país.
Este é, originalmente, o título de um samba do compositor Sérgio Porto (que usava o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta) que fazia uma sátira ao ensino da História do Brasil em tempos de ditadura. O tal ''samba do crioulo doido'' virou uma expressão de deboche para algo confuso ou atrapalhado. Infelizmente, a expressão vem carregada de discriminação, uma vez que reafirma um esteriótipo, promovendo uma ideia discriminatória.
Pegue um dicionário; a expressão ''domesticar'' virá com a seguinte definição: ''amansar um animal selvagem de modo que possa conviver com o homem'' ou então ''tornar educado para o convívio social; civilizar''. Na época da escravidão, os negros eram tidos como animais, rebeldes e sem modos, que precisavam ser ''corrigidos'', ''civilizados'' e ''domesticados''.
Portanto, usar a expressão doméstica para referir-se a pessoa que trabalha na manutenção do seu lar não é uma boa opção.
No idioma espanhol, a palavra refere-se ao filhote resultante da cruza de um cavalo com uma jumenta, ou então de uma égua com um jumento. A carga discriminatória contida nesta expressão aumenta exponencialmente quando se diz ''mulata tipo exportação'', já que coloca a mulher negra como mercadoria e objeto sexual.
Expressões como ''cabelo duro'', ''cabelo ruim'', ''carapinha'' e ''piaçava'' são extremamente depreciativas para referir-se ao cabelo afro. Durante centenas de anos, este #Preconceito fez com que as mulheres negras sofressem de baixa autoestima devido aos seus cabelos naturais e buscassem alisá-lo por meio de procedimentos químicos, beneficiando as indústrias de cosméticos, sobretudo as de origem européia, que acabavam lucrando com este padrão de beleza, que excluía a população negra.
Sinônimo de difamar ou manchar a reputação de alguém, a palavra ''denegrir'' tem em sua raiz o sentido de ''obscurecer'' ou ''tornar negro''.
Por essa razão, esta expressão pode ser bastante ofensiva, já que se refere ao negro como algo ofensivo, maldoso, sem reputação.
Ao usarmos a expressão ''A coisa está preta'', admitimos uma associação nociva entre o ''preto'' e uma situação desfavorável, desagradável, perigosa ou difícil.
Quando falamos que um(a) negro(a) é bonito(a) pois tem ''traços finos'', estamos usando a mesma lógica do ''clareamento'' da expressão ''moreno(a)'', na qual ''embranquecemos'' a pessoa como uma forma de ''amenizar'' o fato dela ser negra. Outra expressão ligada à lógica do clareamento é ''beleza exótica'', que classifica a pessoa como alguém que está fora co padrão de beleza: branco e europeu.
Ao notarmos esta expressão no mundo da moda, é como se pensássemos que as estampas, em geral, parecem estar ligadas apenas aquilo que é criado em acordo com a est#ética eurocêntrica. Quando a estampa é inspirada na cultura africana ou em outras culturas, no entanto, ela é considerada ''exótica'' e, a partir disso, é nomeada de ''estampa étnica'', pois referem-se às etnias não-europeias.
Talvez a expressão de aparência mais inofensiva desta #lista, o termo ''inveja branca'' reforça a ideia de que aquilo que é preto é ruim, nocivo e pernicioso, enquanto aquilo que é branco é bom, aceitável e benéfico.