Ética e inclusão: uma lei que não funciona
Segundo a ética de Aristóteles (384 a.C - 322 a.C.), a felicidade seria sentida só por aqueles que tivessem um ato ético daquilo que era certo e justo. Mas o filósofo que foi professor de Alexandre Magno, não termina por aí, para ele, somos animais que buscamos o conhecimento sempre dentro do que se chama realidade. Se o ser humano é um animal que busca o conhecimento e constrói valores éticos, por que o mesmo ser humano não cumpre esses mesmos valores éticos? Quase mil e quinhentos anos depois, o filósofo Immanuel Kant (1724-1804) colocou a ética e a moral como um dever a ser seguido e esse dever é ter uma conduta que possa ser imitada por todos.
Seria como aquela velha máxima, não faça com os outros o que não quer que façam com você.
A #youtuber com deficiência Mariana Torquato, que nasceu sem o braço esquerdo, é dona do canal “VAI UMA MÃOZINHA, AI? ” e traz assuntos do “mundo” das pessoas com deficiência. O último vídeo, no dia 20 de julho, ela falou da lei 8.213, que é mais conhecida como a Lei de Cotas. Para quem não conhece, essa lei obriga as empresas a terem de 2% até 5% de funcionários com deficiência, ou será multada pelo descumprimento da lei. Mas muitas pessoas vem reclamando que as empresas não cumprem a cota e as empresas, por sua vez, vem reclamando que não acham pessoas qualificadas. Afinal, quem estará com a verdade? É difícil de saber.
No próprio vídeo, Mariana diz que estava numa reunião de uma grande empresa e resolveu perguntar se conseguiam cumprir a cota e eles disseram que não, não encontravam gente qualificada.
A youtuber, ainda dá dicas do que poderia ser uma qualificação nesse caso, tendo em vista que todas as empresas querem pessoas com deficiência que caibam em um padrão pré-definido dentro de alguns estereótipos que podem ser, ou não, padrões de normatividade. O que seria, segundo ela, uma demonstração muito clara de capacitismo.
Vale lembrar que capacitismo é um termo dado ao ato de discriminação das pessoas com deficiência, igual racismo ou sexismo, que tem o significado daquele que não é #capaz. Mariana, explora muito bem as hipóteses que podem acontecer, dando a entender que parece que as pessoas com deficiência que não querem trabalhar, mas não é bem assim, são as pessoas que não acreditam na capacidade de indivíduos que só tem alguma limitação. Ainda afirma que não entende como ouve falar de tantas empresas que procuram pessoas, mas não acham, se tem tantas pessoas com deficiência querendo um trabalho. Um caso estranho, para ela, que ainda pede para seus seguidores comentarem.