Atropelado por apoios já declarados a Bolsonaro, comando do PSDB deve liberar filiados
BRASÍLIA - O comando nacional do PSDB se reúne nesta terça-feira para definir a posição do partido no segundo turno da eleição presidencial, mas fará isso atropelado pelos fatos, ou seja, à revelia dos movimentos que já ocorrem nos estados. De um lado, alguns tucanos começam a manifestar apoio ao candidato do PSL , Jair Bolsonaro . De outro lado, tucanos mais antigos e que são pró-Fernando Haddad ficaram muito irritados com o fato de o candidato do PT ter adotado como primeiro evento de campanha uma visita ao ex-presidente Lula , na cadeia. Cláusula de barreira: um terço dos partidos ficará sem verba pública Arolde de Oliveira, uma surpresa na carona de Bolsonaro e das redes sociais
Segundo um cacique tucano, esse gesto de Haddad reforça sua falta de autonomia e enfraquece a posição pró-petista, porque um dos discursos do PSDB ainda é o de defesa da Lava-Jato. A tendência é o PSDB liberar seus filiados, segundo um dos dirigentes.
Derrotado na votação de domingo, Geraldo Alckmin disse a pessoas próximas que deve ficar neutro. A Executiva Nacional do PSDB é formado por vários derrotados na eleição deste domingo, como o próprio Alckmin, que é também o presidente da sigla.
- Jamais poderia apoiar o PT. No segundo turno, a gente rejeita o PT. Voto em Bolsonaro para presidente da República - disse Duarte Nogueira.
O presidente regional do PSDB de Pernambuco e derrota na disputa pelo Senado, o deputado Bruno Araújo, também manifestou apoio a Bolsonaro e disse que o partido não pode ficar omisso, sob pena de aumentar o desgaste junto à sociedade. Saiba como foi a votação para presidente por município Câmara dos Deputados tem a maior renovação dos últimos 20 anos
- Eu terei candidato: Bolsonaro. Uma eventual omissão do PSDB é o caminho mais longo para o nosso reencontro com a sociedade, que exige cada vez mais posições claras e sem rodeios - disse Bruno Araújo.
Ele vai defender essa posição junto à direção e ainda entre os colegas de bancada na Câmara dos Deputados.
No caso dos candidatos nos estados, a rápida manifestação de João Doria em favor de Bolsonaro aprofundou a crise no PSDB de São Paulo e ainda deflagrou o movimento de outros candidatos.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso utilizou as redes sociais para negar informações de que estaria apoiando Haddad oficialmente. Segundo amigos de Fernando Henrique, ele deve se manifestar na quarta-feira sobre a questão da defesa da democracia, mas sem "fulanizar" apoios a nenhum candidato.