Polícia acredita que Rayane foi morta em outro local e, depois, deixada em mata de Guararema
Rayane Paulino Alves, de 16 anos, desapareceu após festa em sítio de Mogi das Cruzes; corpo foi encontrado no último domingo, 22 — Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação
O delegado Rubens José Ângelo informou nesta terça-feira (30) que as evidências indicam que o local onde o corpo de Rayane Paulino Alves foi encontrado , no último domingo (28), em Guararema , foi usado apenas para desova, na tentiva de escondê-lo. O delegado acredita que a jovem foi assassinada em outro local.
Mas, antes de ser morta, ela passou por municípios do Vale do Paraíba. O celular foi encontrado em Jacareí e a polícia descobriu que o aparelho fez uma chamada para o 190, provavelmente para um pedido de socorro.
"O agressor, o autor, viu que Rayane não cederia aos desejos sexuais dele. Deve ter ficado com raiva dela, tanto que ele jogou o aparelho celular e, pelo fato de ela não ter cedido ao ato sexual, ele ficou com muita raiva. Teria pegado o cadarço da bota dela e asfixiado a mesma no pescoço."
"Primeiramente, com a chegada dos cães farejadores, foi farejado que ela foi sentido Guararema. E nós acreditamos que ela tenha passado por Guararema, depois tenha ido por Jacareí e possivelmente talvez para São José dos Campos, tendo em vista que a wep da ligação 190, ela consta, na quebra de sigilo, na cidade de Jacareí."
O delegado ainda afirmou que objetos foram apreendidos perto do corpo, mas não divulgou quais são. "Eu observei o local, acompanhei os trabalhos periciais. Após a retirada do corpo eu pedi para a minha equipe fazer uma varredura novamente no local, onde nós encontramos alguns objetos relevantes para a investigação, que estão sendo analisados agora pelos peritos".
Durante coletiva, na tarde desta terça, o delegado afirmou ainda que é possível ter um desfecho para o caso até a próxima semana e que a lei eleitoral, que proíbe a prisão cinco dias antes e 48 horas depois das eleições, prejudicou as investigações.
O delegado contou nesta terça-feira que o trabalho da polícia agora consiste em ouvir testemunhas e colher informações, como as de câmeras de monitoramento.
Sobre o celular da jovem, encontrado a cerca de 10 quilômetros do local onde estava o corpo, o delegado falou que não existem chamadas ou conversas que podem ajudar nas investigações. "A única ligação que consta na wep é esta às 2h10 da manhã do domingo para o 190. Seria um pedido de socorro e, provavelmente, minutos depois mataram ela", disse o delegado.
Rubens divulgou ainda que as imagens que a polícia conseguiu até o momento não mostram a jovem entrando em carro ou caminhando pela rodovia. "Naquela estrada do sítio é um local meio ermo, inclusive tem uma parte que não tem iiluminação, então dificulta muito a investigação. A gente não pode afirmar nem se existiu esta carona ou se ela foi a pé", enfatizou.
Nesta segunda-feira (29), o corpo da jovem foi sepultado no Cemitério da Saudade, em Brás Cubas. Horas antes, no começo da manhã, a mãe de Rayane, Marlene Maria Paulino Alves, reconheceu que o corpo encontrado em uma área de mata na tarde de domingo (28), em Guararema, era de sua filha.
Segundo o legista, a mãe fez o reconhecimento baseada no esmalte e em uma tornozeleira que a filha usava. Por conta disso, não foi necessário fazer o exame de DNA. Um laudo inicial indicou morte foi por asfixia.
Na noite de sábado, 20 de outubro, Rayane Paulino foi a uma festa em um sítio de Mogi das Cruzes na companhia de mais duas amigas. O pai dela a deixou na casa de uma delas.
Para as amigas, Rayane teria dito que precisava ir embora mais cedo e que o pai viria buscar, mas isso não aconteceu.
Por volta das 5h de domingo dia 21, os pais perceberam que a filha ainda não tinha ligado e acharam estranho. Eles contam que tentaram contato com ela, mas não conseguiram.
Na segunda-feira (22), os pais espalharam vários cartazes pela cidade com fotos de Rayane e o telefone deles para contato. A família da jovem conta que ela não tinha namorado e que sempre teve o costume de avisar onde e com quem estava.