Polícia encontra corpo em casa alugada por sogros de assistente social desaparecida e prende casal
A Polícia Civil investiga se o corpo de uma mulher encontrado enterrado em uma casa na segunda-feira (5) em São Paulo é de Márcia Martins Miranda, coordenadora do CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) do Butantã, Zona Oeste da cidade. A assistente social desapareceu no último dia 2 de outubro perto da Avenida Corifeu de Azevedo Marques, após sair de casa para ir ao trabalho.
Os sogros de Márcia foram presos temporariamente por decisão da Justiça porque o imóvel onde o cadáver foi achado, no Rio Pequeno, teria sido alugado por eles, segundo a Secretaria da Segurança Pública. O casal é investigado por suspeita de participação no sumiço da servidora da Prefeitura de São Paulo.
Ainda segundo a pasta da Segurança, há indícios de que o corpo seja de Márcia, mas somente exames feitos pelo Instituto Médico Legal (IML) poderão confirmar isso. Um parente da assistente social foi chamado para fazer o reconhecimento. Exames de DNA também poderão ser feitos caso haja dúvidas sobre a identidade do cadáver.
Márcia tem 41 anos, é casada, e mãe de duas crianças. Segundo a SSP, o marido e o irmão de Márcia foram ouvidos, além do motorista da unidade do CREAS em que ela trabalha.
O CREAS atua na assistência a usuários da proteção especial - famílias e indivíduos que vivenciam violação de direitos, dentre eles a violência física, psicológica, sexual, situação de rua, cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto.
Apesar de o desaparecimento de Márcia ter sido registrado no 51º Distrito Policial (DP), Butantã, o caso está sendo investigado pela 1ª Delegacia de Proteção à Pessoa do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
Segundo o boletim de ocorrência, o corpo feminino foi encontrado por policiais enterrado em imóvel que teria sido alugado por 30 meses pelos sogros de Márcia, “cerca de 12 dias” antes do desaparecimento da servidora.
O cadáver estava num buraco em um dos quartos da residência. A cova, com cerca de 1,5 de profundidade, estava coberta por terra, piso quebrado e uma placa de concreto. Dentro dela foi encontrado um saco plástico que cobria o corpo nu de uma mulher.
De acordo com o registro policial, o corpo apresentava ferimentos na cabeça e marcas no pescoço que “podem indicar asfixia por estrangulamento”.
Ainda de acordo com a SSP, foram feitas pesquisas nos bancos de dados da Polícia Civil e requisitadas imagens das câmeras de monitoramento do banco onde a vítima teria ido na data do desaparecimento.
Em nota, a Prefeitura de São Paulo diz que a Divisão de Localização Familiar e Desaparecidos, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, e a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social "estão cientes do fato e cooperam com a investigação da Polícia Civil".