Super Drags: Crítica da primeira temporada
Logo, é burrice pensar que tal atração foi destinada para o público infantil. Super Drags surge para se comunicar com o povo da internet, fazendo várias referências com a cultura LGBT, brincando com elementos da sociedade brasileira e espalhando representatividade através da zoeira. Como esperado, a série começa bem introdutória e com um humor quase bobo, até que, aos poucos, traz umas críticas bem bacanas sobre homofobia, mídia e os padrões estéticos da sociedade. Por ter apenas cinco episódios, não aprofunda muito nessas questões, mas já passa sua mensagem (e não se torna cansativa!). Um dos grandes arcos da animação envolve um grupo religioso extremista promovendo a "cura gay". Vai causar polêmica. Vai incomodar muita gente. Mas é hilário.
O lado técnico do show também traz alguns detalhes bem interessantes. Um dos acertos é ver como os looks (e poderes) das protagonistas combinam com suas personalidades. Além disso, certas escolhas demonstram como se trata de uma inusitada paródia de outros desenhos famosos. Fãs vão perceber inspirações visuais em As Meninas Superpoderosas, Sailor Moon, Três Espiãs Demais e até Power Rangers — só que com uma temática nada infantil, é claro. A ideia é simplesmente aproveitar o formato animado para criar cenas bem insanas e piadas para adultos. Não há nada errado com isso.